A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) tem mantido relações constantes com instituições de ensino suecas, o que vem resultando em programas de intercâmbio que permitem aos alunos brasileiros expandir seus conhecimentos científicos.
“Os programas de intercâmbio com a Suécia são uma excelente oportunidade de dar continuidade à aprendizagem de nossos alunos”. A frase é de Nattan Caetano, professor no curso de Engenharia Aeroespacial e membro do comitê de interação com a Suécia da Universidade de Santa Maria (UFSM). Ele conta que, como uma universidade localizada no interior do Rio Grande do Sul, a instituição acaba esbarrando em algumas limitações no que diz respeito a equipamentos técnicos. Nesse contexto, a ida de alunos para o país escandinavo vem servindo como uma espécie de escape para os que desejam dar um passo além em suas pesquisas. “Aqui o trabalho foca a parte teórica. Na Suécia, o aluno tem à disposição laboratórios modernos onde pode realizar experimentos e concluir os seus artigos científicos”, explica.
O fluxo constante de estudantes indo para a Europa vem trazendo vários frutos. Mais do que um aprofundamento nas pesquisas, os alunos têm a oportunidade de ampliar a sua rede de relacionamentos com gente de outros países. É uma oportunidade de ouro para que a comunidade internacional conheça o que está sendo feito no Brasil. “Essa ação abre portas para que possamos buscar novos canais de financiamento para pesquisas não apenas com os suecos, mas com os europeus como um todo”, explica o professor.
O próprio histórico acadêmico de Caetano está intimamente ligado a uma viagem ao país escandinavo. Em 2016, participou do Aerospace Technology Congress, realizado em Estocolmo. Lá conheceu o professor Konstantinos Kyprianidis, da Mälardalen University (MDH). As conversas evoluíram até que um artigo acadêmico conjunto fosse realizado na área de combustão focado no segmento aeroespacial, o qual está prestes a ser publicado na revista ThermoScience Engeneering Process, da renomada editora Elsevier. “Foram pedidos apenas alguns ajustes”, comenta o professor.
Um ano depois, Caetano participou do programa de imersão na Suecia organizado pela MEI e em parceira com o CISB. O professor aproveitou a oportunidade para realizar um novo encontro com Kyprianidis, o que reforçou ainda mais a relação entre as duas instituições, estimulando a ida de novos alunos.
A aproximação com os suecos ainda trouxe uma verdadeira revolução a todo o sistema de ensino de engenharia da UFSM. Trata-se da implantação da metodologia CDIO, um conjunto de boas práticas criado num esforço conjunto entre o MIT e três universidades suecas: Royal Institute of Technology (KTH), Chalmers University of Technology (CTH) e a Linköping University (LiU). A novidade visa levar ao aluno situações reais enfrentadas no ambiente de trabalho. “O estudante é estimulado a colocar em prática o projeto teórico desenvolvido em sala de aula. É uma mudança muito grande ao sistema regular de ensino, com livro, lousa e giz. Agora, o estudante realiza o ciclo completo da vida do engenheiro dentro da universidade”, diz Caetano.