Departamento de inovação da universidade sueca KTH está em processo de internacionalização e busca parcerias com instituições de todo o mundo, inclusive universidades brasileiras.
Reunir as ideias dos estudantes e viabilizá-las para serem comercializadas no mercado são algumas das principais atribuições do KTH Innovation, um departamento instalado dentro do Royal Institute of Technology de Estocolmo. Desde que abriu as portas em 2007, já deu suporte a quase dois mil projetos de startups de alunos e pesquisadores e a ideia é seguir crescendo.
Há 7 anos a entidade conduz um programa de internacionalização que vem levando os projetos para todo o mundo. Entre os destinos está a região do Vale do Silício nos EUA, considerada um dos maiores polos tecnológicos de todo o mundo, e o Brasil.
“A Suécia é um país com um pequeno mercado doméstico, e por isso precisamos pensar globalmente desde o primeiro dia”, diz Donnie Lygonis, Technology Transfer Manager do KTH Innovation. No Brasil, Lygonis já visitou a UFMG, a UFRGS, alguns hubs de inovação, além da Scania. Seu objetivo é montar um joint program com startups dos dois países. “O Brasil é um mercado interessante para nós, por abrigar empresas suecas como Scania, Ericsson, entre outras, e gostaríamos de ver como isso poderia funcionar”, explica.
Lygonis lista os principais desafios enfrentados pelos estudantes e pesquisadores suecos, a começar pela falta de pesquisas sobre concorrentes e substitutos às ideias apresentadas. Outra questão recorrente é o fato de haver pouca conversa a respeito do projeto, o que acaba levando muitos a superestimar as necessidades mercadológicas de seu produto ou solução. Por fim, o professor diz que muitos não “fazem a matemática” para verificar se o negócio é viável. O KTH Innovation entra para apoiar em todos esses pontos.
Sobre o cenário brasileiro, Lygonis indica que as universidades precisam criar escritórios de apoio à inovação em estágio inicial que incentivem tanto os alunos quanto os professores e pesquisadores a utilizar suas ideias. “Mas acho que a coisa mais importante é fazer com que o modelo da hélice tripla também funcione bem. Academia, governo e empresas: todos precisam colaborar para fazer esse trabalho em maior escala”, opina.