Participantes do programa de imersão promovido pela MEI e pelo CISB contam um pouco do que descobriram em suas visitas à Suécia e revelam quais lições pretendem aplicar em seus negócios.
Entre os dias 23 e 27 de outubro, 24representantes de entidades brasileiras tiveram a oportunidade única de realizar visitas técnicas em indústrias, universidades e centros de pesquisa suecos, permitindo que vissem de perto os pilares que formam o famoso modelo de hélice tripla de inovação daquele país. As ações fizeram parte do Programa de Imersão em Ecossistemas de Inovação MEI CISB Suécia, programa realizado pelo CISB em parceria com o IEL (Instituto Euvaldo Lodi), órgão ligado à CNI (Confederação Nacional das Indústrias), e que teve a chancela do MEI (Mobilização Empresarial pela Inovação).
Mais do que admirar o funcionamento de um sistema que rende à Suécia a segunda colocação na pesquisa Global Innovation Index 2017 sobre inovação, os participantes trouxeram na bagagem conhecimentos que poderão ser aplicados em suas atividades. Isso sem contar os contatos realizados no país escandinavo, que possibilitam o estabelecimento de novas parcerias com os suecos e também entre os próprios brasileiros.
“A imersão foi superinteressante. O grupo tinha um perfil diverso, com representantes de universidade, instituto de pesquisa, empresariado, governo etc., de forma que um complementava o outro, gerando uma combinação muito rica”, diz Flavia Motta, do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), órgão do Governo do Estado de São Paulo. Um dos pontos que mais lhe chamaram a atenção foi a metodologia aplicada na Suécia para identificar, alimentar e formar redes de consultores para inovação. “Agora estou conversando com escritórios de inovação para entender todo esse processo mais a fundo, pois busco algo parecido com as startups brasileiras: uma metodologia para que possamos alimentá-las, financiá-las e colocar ideias no mercado. A viagem foi um ponto de partida”, afirma.
André de Oliveira, da Fundação CERTI (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras), se disse impressionado com a prioridade dada à ciência, tecnologia e inovação no país escandinavo. Ele ressalta os programas de doutorado industrial, em que representantes das empresas realizam pesquisas dentro das universidades a fim de encontrar soluções para o mercado. “Nesse sistema, a academia assume papel de protagonista, guiando o país no que diz respeito à inovação”, diz. Oliveira afirma que a partir de agora pretende fortalecer os laços com a academia e retomar os contatos iniciados na viagem. “Conversei bastante com o pessoal de pesquisas da Saab AB. Talvez alguns deles visitem o CERTI para debater alguns temas”, explica.
O programa não impactou apenas os brasileiros. Leif Johansson, da Innovatum, uma das instituições que receberam a comitiva, elogiou o interesse dos visitantes em aprender e a abertura que deram para debater assuntos diversos. Johansson também conta que as conversas ocorridas após as apresentações “fizeram os suecos pensar sobre o que é e o que não é tão bom na maneira como fazem as coisas atualmente”.